O câncer de pulmão é, sem dúvida, uma das formas mais desafiadoras de câncer, tanto por sua alta incidência quanto pela letalidade. Ainda assim, com informação adequada, atitudes preventivas e diagnóstico precoce, é possível aumentar consideravelmente as chances de tratamento bem-sucedido. Neste artigo, você entenderá em detalhes o que é o câncer de pulmão, quais são os fatores de risco — tanto evitáveis quanto não modificáveis — os sintomas mais comuns, exames recomendados, opções de tratamento e, sobretudo, como adotar hábitos que ajudem na prevenção. Vamos aprofundar esse tema com cuidado, empatia e confiabilidade.
O que é o câncer de pulmão?
O câncer de pulmão ocorre quando células anormais nos pulmões se proliferam de forma desordenada, levando à formação de tumores que podem comprometer a função pulmonar. Além disso, essas células podem invadir tecidos próximos e se espalhar para outras partes do corpo, provocando metástases. Esse comportamento agressivo torna fundamental a detecção precoce e o tratamento adequado.
Segundo o International Agency for Research on Cancer (IARC), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde, o câncer de pulmão é o tipo mais comum e a principal causa de morte por câncer no mundo — com cerca de 2,5 milhões de novos casos e 1,8 milhão de mortes em 2022. Ademais, o câncer de pulmão responde por quase 20% de todas as mortes por câncer no planeta.
Fatores de risco — o que você pode e o que não pode controlar?
1. Tabagismo
O taabagismo é o principal fator, respondendo por 80% a 90% dos casos. Mesmo fumar esporadicamente já aumenta significativamente os riscos. Ainda mais, expor-se ao fumo passivo também eleva o risco — cerca de 20% a 30% a mais para não fumantes.
2. Radônio
Esse gás inodoro e invisível pode se infiltrar em casas e edifícios, aumentando consideravelmente o risco de câncer de pulmão. O próprio CDC indica que o radônio é a segunda causa de câncer de pulmão nos Estados Unidos. E, segundo a OMS, essa exposição é considerada uma questão de saúde pública que necessita de políticas eficazes.
3. Poluição do ar e exposições ocupacionais
A exposição contínua à poluição — inclusive PM2.5 — contribui significativamente para o desenvolvimento da doença, o que é particularmente preocupante em áreas urbanas e em cozinhas mal ventiladas. Além disso, substâncias como asbestos, diesel, arsênico e certos metais pesados também elevam os riscos, especialmente em ambientes de trabalho específicos.
4. Dieta e alimentos ultraprocessados
Estudos recentes apontam que dietas ricas em alimentos ultraprocessados aumentam o risco de câncer de pulmão em até 41%, mesmo em não fumantes. Além disso, dietas com alto teor de gorduras e açúcares (estilo ocidental) também têm sido associadas ao aumento da vulnerabilidade pulmonar ao câncer.
5. Fatores genéticos e histórico familiar
Embora menos frequente, ter parentes com histórico de câncer de pulmão pode aumentar o risco individual. Também, tratamentos prévios com radiação torácica ou infecções respiratórias crônicas podem ter influência.
Sintomas: fique atento mesmo sem histórico de tabagismo
É importante notar que nos estágios iniciais o câncer de pulmão pode não causar sintomas. Porém, conforme a doença evolui, podem surgir sinais que não devem ser ignorados:
-
Tosse persistente ou piora de um quadro de tosse;
-
Falta de ar, mesmo com atividades leves;
-
Dor torácica contínua;
-
Expectoração com sangue;
-
Rouquidão prolongada;
-
Perda de peso sem explicação aparente;
-
Fadiga extrema e indisposição persistente.
Tais sintomas precisam ser avaliados por um médico o quanto antes, pois o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de sobrevida.
Estratégias eficazes de prevenção
Ainda que algumas causas sejam inevitáveis, muitas são evitáveis. Por isso, veja algumas ações que podem reduzir o risco:
A. Evitar o tabagismo — e parar de fumar
Nunca é tarde para parar. Segundo o American Cancer Society, largar o cigarro diminui o risco de câncer de pulmão e prolonga a vida.
B. Testar e reduzir a exposição ao radônio
Realizar testes domiciliares e instalar sistemas de mitigação, se necessário, ajuda a reduzir um dos fatores de risco mais silenciosos.
C. Melhorar a qualidade do ar
Reduzir a poluição interna e externa por meio de ventilação adequada e escolha de combustíveis limpos para cozinhar é essencial.
D. Alimentação rica e balanceada
Priorizar frutas, legumes e reduzir alimentos ultraprocessados promove saúde geral e diminui, ainda que moderadamente, o risco de câncer.
E. Triagem em pessoas de alto risco
A partir dos 50 anos com histórico de tabagismo elevado (20 anos-maço), exames com tomografia de baixa dose (LDCT) são recomendados — eles podem reduzir até 20–30% da mortalidade, conforme a American Cancer Society e ensaios clínicos como o NELSON.
Diagnóstico e tratamento: o que esperar
O diagnóstico do câncer de pulmão geralmente envolve exames de imagem — como raio-X e TC — e biópsia para confirmar o tipo celular. O câncer de pulmão divide-se, principalmente, entre não-pequenas células (NSCLC) e pequenas células (SCLC), cada um com abordagens diferentes.
Opções de tratamento incluem:
-
Cirurgia, para casos iniciais curáveis.
-
Radioterapia e quimioterapia, em estágios mais avançados.
-
Terapias-alvo e imunoterapia, que têm mostrado resultados promissores em tipos específicos de NSCLC.
-
Cuidados paliativos, fundamentais para qualidade de vida quando a cura não é possível.
Conclusão: informação que salva vidas
O câncer de pulmão é uma realidade que afeta milhões a cada ano. Contudo, a boa notícia é que muitas dessas mortes poderiam ser prevenidas. Ao adotar hábitos saudáveis, evitar riscos claros como fumar e poluentes, e fazer exames regulares, você contribui de forma significativa para sua própria saúde.
Além disso, lembre-se: informação é poder, e compartilhar esse conhecimento pode salvar vidas. Vamos juntos combater o câncer de pulmão com prevenção, cuidado e empatia.